Revista TH Outubro / Novembro 2018

16 • A Revista Oficial da Terapia Holística Hécate, que muitas vezes é representada como uma única tríplice, seja com três corpos ou três cabeças, nos transmite, que devemos passar pelos três campos (criação, fertilidade e morte) para chegarmos na maturidade, aprender a esperar, para uma nova jornada e o entendimento da fertilidade permanente. Cailleach, que sempre é apresentada como a que controla tudo: o tempo, estações do ano, céu, terra. Sendo inicialmente, vinculada as estações frias, nos remete a longas esperas e introspecção. Em quase toda mitologia, apesar de ser uma anciã, ela é representada de aspecto jovem. Um detalhe importante, pois entendemos que não importa a idade física, podemos encontrar em nós esse arquétipo. Alguns contos, nos apresentam, essa Divindade, como protetora da natureza, animais. Já em comunhão com a Artemis, um bom paralelo, pois proteger e entender a natureza e seus mistérios é uma importância ancestral, de quase todas as divindades femininas. Na mitologia Indiana, teríamos a referência de Kali, que nos mostra que a anciã pode ter as duas faces, da criadora e da destruidora (transformadora). Se entendemos que do Caos, vem a criação, o novo, Kali, mais uma vez no mostra que o entendimento para a transformação, é um aspecto bem forte para esse arquétipo, a abertura de feridas, para o real entendimento das limitações. Entender a simbologia e os arquétipos, nos auxilia a compor um padrão, para as características parecidas, nas pessoas que estaremos auxiliando. Pois ao estudarmos cada aspecto de um símbolo/mito/conto; estaremos analisando um fragmento finito, das possibilidades, que esse ainda pode apresentar, pois sempre podemos ter uma nova visão de algo, pois também estamos modificando e criando novas opiniões. Quando se está com esse arquétipo em equilíbrio, se mostra uma pessoa que busca um conhecimento profundo, dos aspectos que deseja aprender, já para o que não deseja, faz um corte preciso. A pessoa, entende, que está sendo receptora de informações, vibrações e tem uma sensibilidade para a consciência ampliada. Normalmente ligada a natureza, a cuidados naturais, a arte e trabalhos manuais. Já emdesequilíbrio, essa pessoa, se desprende do sagrado, da sensibilidade em diversos estados.... ...Seja num conhecimento mais profundo, num contato espiritual com alguma crença, perde o contato com a natureza, ou se torna rancorosa e manipuladora. Ou seja, precisa se reconectar, com o sagrado, com a ancestralidade, manter o foco no que realmente precisa e continuar cuidando, de si e dos outros, na medida que lhe cabe. Acredito que tenhamos, principalmente na atualidade, fazer o resgate da Ancestralidade, da reconexão com a natureza, na simplicidade, no cuidado das dores, na conexão real com as pessoas, com a sensibilidade e principalmente no Sagrado Interior.

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