Toda pessoa ou entidade bem-sucedida é alvo deste tipo de doença, muitas vezes, por pura inveja, outras, por motivos mais palpáveis, como medo da sua concorrência. Nossa organização mesma já foi atacada, como era de se esperar, por grupos que viram seus interesses econômicos pessoais atingidos pelo nosso bom trabalho em prol da profissão. Claro, sempre confiamos no bom-senso de nossos credenciados, os quais, além de acompanharem há anos nossas realizações, são pessoas bem informadas e observam que somos o tempo todos prestigiados positivamente pela mídia e nosso reconhecimento OFICIAL pelo governo, enquanto que aqueles que difamam já estão execrados por todos os membros sérios da sociedade. É natural que tais problemas venham a ocorrer com você, graças ao sucesso de seu bom trabalho. Sugerimos a leitura dos textos abaixo, que encaram o tema com seriedade e, ao mesmo tempo, bom humor, necessário nestas questões. Nossos agradecimentos especiais ao Mestre De Rose, que há anos orienta seus alunos e associados, sobre como lidar com este tipo de situação, em especial em seus livros, “Guia do Instrutor de Yôga” e “Boas Maneiras no Yôga “, do qual extraímos a grande maioria dos textos a seguir, claro, com a autorização do autor. Ao lerem, tenho certeza que observarão que serve tanto para os adeptos do Yôga, quanto para qualquer pessoa de boa índole:

“A fofoca é uma doença. Uma doença da alma e que se difundiu principalmente pelos países latinos, mormente nas cidades mais provincianas e por entre as pessoas mais atrasadas. Portanto é uma doença social. Tanto assim que existe no Brasil até mesmo um livro escrito pelo Psiquiatra Dr. José Angelo Gaiarsa, intitulado “Tratado Geral Sobre a Fofoca”(Summus Editorial), livro este que todos devem estudar para conhecer bem os sintomas dessa doença. É preciso conhecê-lo muito bem, porque mesmo aqueles que se supõem imunes, carregam consigo o vírus. Por exemplo, quando a pessoa acha que não é fofoqueira porque nunca fala de ninguém… mas ouve ! Ouve e acredita. Ouve com certa curiosidade mórbida. Dá ouvidos e, portanto, estimula o outro fofoqueiro”

“A fofoca nem sempre é criada pelos seus inimigos. Até bem pelo contrário, quem mais contribui para com ela são os seus amigos. Pessoas muitas vezes bem intencionadas mas mal educadas ou mal informadas, distraídas ou imaginativas, que passam adiante uma inverdade…”

…”Mas Também Existe a Intriga. Com o que expusemos acima não estamos afirmando que não exista a intriga, isto é, a fofoca feita de propósito e com má fé”…

… “Quem Faz a Intriga Proposital. Pouca gente faz isso. Mas haverá sempre pessoas invejosas e de baixos escrúpulos que se sentirão ofendidas pelo seu sucesso e se tornarão seus inimigos gratuitos”…

… “Maledicência Contra Nós Não Funciona… Portanto, quando você for alvo de ataques, o fundamental é não entrar em pânico, não se desesperar, nem ao menos se aborrecer. Terá sido uma lisonja que os seus adversários lhe fizeram, pois acabaram de declarar publicamente que tem medo de você e que seu trabalho é bom. Só se atiram pedras nas vidraças íntegras, nunca nas que já estão quebradas”.

… “Evite o Desmentido. Quando você desmente um boato, na verdade, está fazendo com que chegue mais longe. Se for imperioso desmentir, faça-o sem mencionar a mentira, mas apenas se referindo ao fato verdadeiro, cujo efeito positivo na opinião pública você deseja enfatizar. Por exemplo, jamais afirme algo como: “andam dizendo por aí que meu Núcleo é decorado com mau gosto mas isto não é verdade”. Ao invés, diga “você já viu como fomos felizes na escolha do revestimento das nossas paredes ?”. Isso é aplicável às questões pessoais”…


Portanto, se você ouviu dizer algo, através de terceiros, não perca seu tempo acreditando em bobagens.

Por outro lado, a fofoca é uma energia poderosa que pode ser canalisada para fins construtivos. Aprendemos nas Artes marciais do Oriente a não opor resistência direta ao ataque do inimigo, mas sim, aproveitar a força dele para levá-lo ao chão. Com fofoca é a mesma coisa.

Como pessoa pública, fui alvo, a vida inteira, de maledicências atrozes, arquitetadas pelos concorrentes por motivo de inveja das realizações importantes que tive a felicidade de protagonizar. Pois saiba que sempre tirei proveito dos disse-me-disses, transmutando-os em divulgação positiva. Posso declarar que mais da metade dos meus alunos me foram enviados pelos concorrentes que, ao tecerem algum comentário aleivoso, excitaram-lhes a curiosidade. Eles vieram para ver de perto e acabaram gostando do que viram !

Quando você escutar algum mexerico sobre uma pessoas amiga, um colega de Yôga, seu Mestre, seu tipo de Yôga, não tenha acanhamento em dizer em alto e bom tom:

“Não acredito numa palavra do que o senhor está dizendo. Saiba que sua atitude é de uma baixeza inominável. Considere nossa amizade terminada. Queira retirar-se da minha casa.”

Se isso não for possível, parta para a gozação:

“O quê? Você está dizendo que meu Mestre fez isso? Se ele de fato o fez, subiu no meu conceito, pois agora sei que ele é um ser humano como eu. Então, posso confiar nele.”


FOFOCA ?

Não acredite. Não ouça. Não incentive.

Em fofoca não se deve acreditar, nem nas mais ingênuas. Jamais encorajá-la. Lembre-se de que o fofoqueiro é um pombo-correio que leva e traz. O que ele estiver fofocando sobre o Beltrano ausente, provavelmente fofocará a seu respeito assim que você virar as costas. Corte habilmente o assunto ou retire-se sem alarde.

Lembre-se do axioma nº 1 do Swásthya Yôga: NÃO ACREDITE. Esse é o nosso primeiro dispositivo para neutralizar fofocas.

O dispositivo nº 2 é não passar adiante nenhuma observação que mencione o nome de alguém. Se o comentário tiver nome, morre ali.

O dispositivo nº 3 é o acordo tácito entre nós de que quando alguém tiver algo a comentar, não mandará recado, mas sim falará diretamente com a pessoa interessada.

O dispositivo nº 4 é a confiança e a certeza de que nosso amigo ou companheiro está cumprindo o número 3, acima.

O dispositivo nº 5 é o exercício usado na antiguidade e que chegou aos nossos tempos com o nome de “telefone sem fio”, o qual consiste em formar-se um círculo de pessoas e passar uma frase à primeira, para que ela passe adiante e assim sucessivamente até que chegue ao último do círculo. As distorções são tão grandes e absurdas que nos fazem compreender como surgem os falsos rumores. E, ao mesmo tempo, vacinam as pessoas mais inteligentes para que não acreditem no que ouvirem, seja lá de quem vier a notícia, até das pessoas mais críveis.

Para ilustrar, vou-lhe contar uma história que me foi transmitida como fato real. Na Companhia do Quartel General da Primeira Região Militar, no Rio de Janeiro, o capitão teria se dirigido ao tenente e dito:


— Amanhã haverá eclipse do Sol, o que não acontece todos os dias. Mande formar a companhia às 7 horas, em uniforme de instrução. Poderão, assim, todos observar o fenômeno e na ocasião darei as explicações. Se chover, nada se poderá ver, e os homens formarão no alojamento, para a chamada.

O tenente para o sargento:

— Por ordem do capitão, haverá um eclipse do Sol amanhã. O capitão dará as explicações às 7 horas, com uniforme de instrução, o que não acontece todos os dias. Se chover não haverá chamada lá fora e o eclipse será no alojamento.

O sargento ao cabo:

— Amanhã, às 7 horas, o capitão vai fazer um eclipse do Sol com uniforme de passeio. O capitão dará no alojamento as explicações, se não chover, o que não acontece todos os dias.

O cabo aos soldados:

— Amanhã, às 7 horas, o capitão vai fazer um eclipse do Sol com uniforme de passeio e dará as explicações. Vocês deverão estar formados no alojamento, o que não acontece todos os dias. Caso chova, não haverá chamada.

Entre os soldados:

— O cabo disse que amanhã o Sol, em uniforme de passeio vai fazer eclipse para o capitão, que lhe pedirá explicações. A coisa é capaz de dar uma encrenca dessas que acontecem todos os dias. Deus queira que chova.